Padaria Nacional

Quem há muito passa pela Cedofeita, no coração do Porto, conhece de cor a fachada histórica da Padaria Nacional, património da cidade, mas desde 19 de março de 2022, o negócio mudou. Hugo Pereira, que viveu 5 anos em Madrid e é casado com a espanhola Laura Sánchez, quis trazer para a Invicta a ideia de um espaço descontraído onde é possível comer a qualquer hora (ou pelo menos entre as 11 da manhã e as 10.30 da noite), juntar os amigos e/ou a família à mesa e ter, todos os dias, cerca de 20 pintxos à escolha, mais tortilhas.

A fachada permaneceu intocada, bem como os fornos, estando a ligação ao passado assegurada pelo facto de também os pintxos (as tapas bascas) terem na sua base o pão. As receitas são quase todas da mãe de Laura, que Emília Araújo, mãe de Hugo e sogra de Laura, tratou de adaptar à nossa realidade e ao nosso palato. Emília, que se ocupa da Padaria Nacional, e o seu filho já possuíam outros negócios na área da restauração no Campus de São João e nos Clérigos, mas este bar espanhol com um toque luso — veja-se a tortilha de bacalhau, o pintxo 4 queijos ou o do bolo de bacalhau, que levam queijos portugueses, os vinhos são todos nacionais (mas a cerveja, da gama Mahou, é espanhola), e há até um pintxo doce, com marmelada e queijo, inspirado na sobremesa brasileira Romeu e Julieta — está, aos poucos, a cair no goto dos locais. A proporção de locais e estrangeiros começou por ser de 10%-90%; hoje está na orden dos 40%-60%. Emília acredita que ainda tem muito por onde crescer, por isso à esplanada e ao piso térreo juntaram, nas traseiras com entrada por outra rua, um típico pátio andaluz onde possuem muitas mais mesas. Outro ritual que importaram do país vizinho foi a hora do vermute, aqui servido a copo (€3,50) numa versão mais adoçicada, pois o mais seco não agradou tanto aos portugueses. Tudo embalado por música Pop dos anos 1980.