Brasa da Bela Vista

Ainda hoje, passados 8 anos sobre a mudança para a Estrada da Rebelva, em São Domingos de Rana, há referências à casa antiga em Sassoeiros. Não é de admirar: ao todo, a Brasa da Bela Vista, misto de churrasqueira e adega (no sentido de casa de pasto), soma mais de 20 anos, tempo mais do que suficiente para fazer um nome e, mais importante, para manter, independentemente da localização, uma clientela leal que não os abandona.

A bem da verdade, a estrada é, nos dias de hoje, mais uma ruazinha pedonal com restaurantes populares de um lado e outro da calçada, instalados no casario baixo. Sempre que o tempo o permite, há quem não abra mão da esplanada, mas o mais certo é as duas salas (uma delas rústica, que também atende pelo nome de Adega do Augusto) estarem completamente cheias; sobretudo aos fins de semana. Mérito dos dois sócios, o senhor Manuel Canas e o Tonecas (como é conhecido o cozinheiro do Brasa), e da especialidade da casa, os grelhados no carvão. Mas já lá vamos. Nas entradas, destacam-se as amêijoas à Bulhão Pato, a gambas, os pregos e bifanas e vários tipos de salgados e queijos.

O peixe, ao contrário do que muitos se calhar esperariam, tem, tal como a carne, honras na ementa, não sendo poucos os que aqui vêm pela cabeça de garoupa grelhada ou cozida, não faltando igualmente os salmonetes, o pregado, o robalo, o besugo ou o peixe espada assados no carvão. Das mesmas brasas saem o frango, o entrecosto, as febras ou a entremeada.

São, no entanto, as espetadas (maminha, mista, saloia ou do lombo), juntamente com o naco do lombo na pedra e a carne de porco preto, que mais dão o que fazer. Sempre em doses bastante generosas, acrescente-se. Nas sobremesas, ou não se praticasse aqui uma cozinha tradicional de conforto, o pão de rala, o conventual, a sericaia, o toucinho do céu ou o arroz doce, entre inúmeras outras opções, não deixam ninguém sair com um amargo de boca.